quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Lobisomens e Licantropia

O Lobisomem, ou licantropo (homem-lobo em grego), é um homem que, segundo a lenda, pode se transformar em lobo nas noites de lua cheia, só voltando à forma humana, quando o galo canta. Apesar dos lobisomens terem origens européias, criaturas semelhantes podem ser encontradas em vários lugares do mundo, como os homens-jaguar da América Central, ou mesmo os lobisomens norte-americanos. Peeira e Lobanil são nomes dados à versão feminina dos Licantropos. Origens A origem da lenda dos Lobisomens está na mitologia grega. Uma das personagens mais famosas foi o pugilista arcádio Damarco Parrásio, herói olímpico que assumiu a forma de lobo durante nove anos após um sacrifício a Zeus. Outro personagem famoso foi o Rei Licão, que foi transformado em lobo como punição pelo fato de gostar de comer carne humana. No entanto, alguns estudiosos afirmam que a origem real das lendas do lobisomem esteja na Ircàna, região da antiga Pérsia. A principal evidência é o fato de muitos nomes de tribo indo-européias, bem como sobrenomes modernos (Lopes, por exemplo) significarem “lobo” ou mesmo “homem-lobo”. As lendas dos licantropos estão ligadas aos constantes ataques de lobos na Europa e América do Norte. Como são predadores temidos, os lobos logo entraram no folclore desses povos. Há criaturas semelhantes em diversas partes do mundo: homens-hienas (África), homens-tigres (Índia), homens-pumas e homens-jaguar (Américas Central e do Sul). Antigamente, as lendas dos lobisomens eram usadas para explicar um distúrbio psicológico real: a licantropia clínica; doença em que as pessoas agem igual a animais. Também foi usada para explicar casos de mutilação e canibalismo. Tradições ao redor do mundo As lendas sobre os lobisomens variam de acordo com a tradição: No Brasil, se diz que o licantropo é a oitava criança em uma seqüência de filhos do mesmo sexo, ou o menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Também se diz que o lobisomem se transforma à meia noite de sexta-feira, em uma encruzilhada. Depois de transformado, sai a noite procurando sangue, matando ferozmente tudo que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a ser homem. Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por bebês não batizados. Já em outras diz-se que ele come fezes e não carne. Em Portugal, acredita-se que os lobisomens comam restos de animais mortos. Ele também é o sétimo filho da família e só não se tornará lobo se for batizado com o nome de Bento. Em outros países europeus, acreditava-se que os licantropos se alimentam de cadáveres humanos, cavando tumbas de cemitério. O escritor sueco Olaus Magnus afirma que na Livonia, as pessoas se tornam lobisomens após beberem um tipo especial de cerveja duas vezes. Na Rússia, se diz que o menino nascido no dia 24 de dezembro será um licantropo. Na Itália, França e Alemanha; o meio de se transformar em lobo é dormir numa noite de verão fora de casa numa quarta ou sexta-feira. Com a lua cheia brilhando diretamente para sua face. Outras formas de se transformar em licantropo: tirar as roupas e colocar um cinto feito de pele de lobo; beber água de uma pegada de lobo ou lobisomem; ou fazer aliança com Satan. Ainda no campo cristão, a licantropia pode ser uma punição dada por Deus ou algum santo a determinada pessoa, ou ainda resultado de excomunhão. No entanto, um homem chamado Thiess, afirma que os licantropos são, na verdade, os soldados de Deus na luta contra bruxas e demônios. Ele mesmo afirma ser um lobisomem. A forma mais conhecida de contágio é, no entanto, ser mordido por um licantropo. Apesar de ser famosa, é rara nas lendas, tendo sido popularizada pelos livros e filmes de horror. Na Fenoscandia, os licantropos eram na verdade bruxas, que tinham grandes garras e a habilidade de paralisar animais domésticos e crianças com seu olhar. Os servos acreditavam na existência dos vulkodlaks: lobisomens que tiravam suas peles de lobo no inverno. Se alguém queimasse a pele do lobo, ele se livrava da maldição. Os cassubianos e os eslovenos acreditavam que a criança que nascesse com muito cabelo, marcas de nascença ou com um calo na cabeça, tinha habilidade de se transformar em lobo. Já os armenos, acreditavam que as mulheres que cometessem pecados mortais, eram condenadas a viver sete anos em forma de lobas. Nesse período, ela devorava seus próprios filhos e os de suas parentes e amigas. A tribo Navajo, da América do Norte, acreditava na existência de feiticeiras vestidas com peles de lobo e conhecidas como Mai-cob. Os Naskapi, por sua vez, acreditava que os caribus eram protegidos por lobos gigantes que matavam caçadores imprudentes. No México, por sua vez, havia a crença no mahual, o homem-lobo que costuma roubar queijo e estuprar mulheres. Já no Haiti, há as lendas dos jé-rouges, lobisomens que entravam nas casas de mães de famílias e as acordava, pedindo permissão para roubar-lhe os filhos. Como as mulheres estavam sonolentas e desorientadas, a resposta poderia ser sim ou não. A maioria das lendas de lobisomens relata a transformação de homem pra lobo como sendo um processo doloroso, precedido de muita inquietude e ansiedade. O lupino passa por uma série de convulsões e contrações, enquanto as características de lobo vão se desenvolvendo. Como reconhecer Na sua forma humana, os licantropos possuem algumas características físicas: sobrancelhas unidas (monocelhas), unhas curvadas, orelhas pontudas e um andar oscilante. Os russos acreditam que há cerdas debaixo de sua língua, e os brasileiros afirmam que eles são magros e pálidos. Psicologicamente, os lobisomens se caracterizam por serem indivíduos muito melancólicos, depressivos. Em parte, devido ao fato de se lembrarem vagamente de seus crimes. Quando se transformam, os licans se parecem com grandes lobos, antropomorfizados ou não, sem cauda (se bem que alguns lobisomens atuais possuem uma longa cauda). Quando a transformação termina, os licantropos ficam fracos, debilitados e profundamente depressivos. Poderes Lobisomens são conhecidos por possuírem uma força extrema, sendo mais fortes que humanos, lobos e vampiros. Também são bastante velozes, atingindo a velocidade de um guepardo quando estão correndo. Sua visão é semelhante à dos humanos, no entanto seu faro é muito mais apurado que o dos homens e o dos lobos. Sua audição também supera a de ambos, e ele é capaz de ouvir pequenos barulhos distantes. Alguns lobisomens modernos são praticamente invencíveis, sendo afetados apenas por acessórios de prata. Os lobisomens também têm a capacidade de se acasalar, podendo haver relações tanto com humanos, como com lobos e com outros lobisomens. Todas as relações gerarão proles licantropas. Fraquezas Na Grécia Antiga, acreditava-se que os lobisomens tinham como principal fraqueza a vulnerabilidade ao aconitum, um tipo de planta que, segundo a lenda, teria nascido da baba de Cérberus. No entanto, as histórias mais conhecidas afirmam que para matar um lobisomem é preciso acertá-lo com artefatos feitos de prata (facas e balas). Em alguns países, os lobisomens têm outras fraquezas: centeio, mistletoe e cinzas de montanhas. Eles acreditam que estes elementos atrapalham o faro do lupino. Ao contrário dos vampiros, licantropos não são prejudicados por artefatos religiosos como crucifixos e água benta. Também há maneiras de se derrotar um licantropo, mas sem matar sua forma humana: - longos períodos de atividade física (segundo os antigos gregos); - exorcismo; - alguns tipos de remédios medievais; - sangrar o licantropo na testa (lenda siciliana); - pregar as mãos dos licans com pregos (atualmente, se afirma que lobisomens mais fracos perdem o poder quando têm a mão ferida); - enviar três cartas com o seu nome como destinatário (lenda alemã da região de Schleswig-Holstein); - conversão ao Cristianismo. Licantropos e mídia: livros As primeiras obras sobre licantropos foram escritas na Idade Média. Uma das primeiras foi o romance Bisclavret, de Marie de França, que mostra um lobisomem bonzinho, vítima de magia negra e que ajuda cavaleiros errantes. Mas a maioria das obras mostra os licantropos de outra maneira: demoníacos, servos de Satan, inimigos da raça humana e sedentos por carne. No conto de fadas Chapeuzinho Vermelho, a o lobisomem representa a figura simbólica do homem que tira a virgindade da garota. No século XIX, as histórias de horror gótico trazem de volta os licantropos do folclore: um homem amaldiçoado, que se transforma em lobisomem nas noites de lua cheia. Uma história que traz, implicitamente, referências aos licans é O Médico e o Monstro. Que mostra o caso de um médico que se transforma em monstro contra a sua vontade. No século XX, houve uma explosão de livros de lobisomens nos Estados Unidos e na Inglaterra. Foi nessa época que foi escrito The Werewolf of Paris (1933) por Guy Endore, considerado o Drácula dos livros de lobisomem. Mais recentemente, os licantropos passaram a ser mostrados como defensores da natureza. Um exemplo clássico é o RPG Lobisomem: O Apocalipse, da editora White Wolf. Licantropos e mídia: televisão, games e quadrinhos A primeira vez em que um Licantropo apareceu na televisão foi no sétimo episódio da série Doctor Who, em 1988, intitulado The Greatest Show in the Galaxy. Alguns lobisomens conhecidos são: - Benwolf (Ben 10) - Wolfsbane (X-men) - Arkkis Chummuck (Lanterna Verde) - The Captain (Hellsing) - Volf (Ninja Gaiden 2)forum.outerspace.terra.com.br

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